A segurança das crianças, um desfio para as autoridades educacionais no mundo

09 de Outubro de 2007 7:04am
godking

Essas pessoas de pouca idade com valores potenciais ilimitados, que podem sofrer danos facilmente, precisam de proteção. A vida das nossas crianças é o nosso capital mais importante. Por que arriscá-la? Hoje, 10 de outubro, é o Dia Internacional para a Redução de Desastres e um momento apropriado para a pergunta: Por que é que colocamos a vida das crianças em risco, em locais que esperamos sejam os mais seguros: suas escolas?

Centenas de milhares de crianças foram vítimas de terremotos, enchentes, tormentas, deslizamentos de terra e incêndios florestais porque suas escolas não as protegeram. Elas morreram porque suas escolas não foram construídas nos locais adequados e não agüentaram as enchentes ou os fenômenos naturais mais comuns. Esses corpos frágeis recuperados nas ruínas de uma escola não representam apenas uma tragédia humana, mas evidenciam a falta de consideração ou a ignorância das comunidades.

A Secretaria da Estratégia Internacional para a Redução de Desastres da ONU (ONU-EIRD secretaria) e a UNESCO lideraram nos dois últimos dois anos um esforço mundial para a construção de escolas seguras que se tornassem centros de educação sobre a segurança, resistência e redução dos riscos por desastres. Assim, a ONU-EIRD secretaria lançou em 2007 a campanha bianual sob o lema: "A Redução dos Desastres começa na Escola", com dois objetivos principais: tornar a escola mais segura e integrar a educação para a redução do risco por desastres nos programas escolares.

Em primeiro lugar isso contribui para a proteção das crianças nos períodos de tempo em que estão na escola. Por outro lado, começam a pensar no futuro delas, aprendendo a reagir corretamente diante do perigo quando a terra treme ou o rio desborda, quando sopram os ventos de tormenta ou de furacão, desenvolvendo uma cultura de prevenção.

Visto que as lições da escola chegam a casa, a educação continua e os pais começam a aprender outra lição: a preparação para as ameaças naturais é um investimento para o futuro que preserva a família.

Os pais, interessados na segurança da escola, pressionam as autoridades locais para que tomem as previdências necessárias.

Até agora, 55 países têm desenvolvido ações para a promoção da campanha bienal da ONU a fim de levar o tema da redução dos desastres às salas de aula. Mais de 20 países exibem o sucesso de iniciativas que levam o conhecimento sobre os desastres às escolas, aproveitando a experiência local para a melhora dos edifícios escolares.

Por exemplo, no Irã, um programa de proteção contra terremotos iniciado há oito anos numa escola, envolvia no ano passado 14 milhões de estudantes e 130.000 escolas. Na Índia, 100.000 estudantes, 2.500 professores, e 200 escolas possuem planos de gestão de risco de desastres na instituição escolar. Também há programas em Burkina Faso, Burundi, Cabo Verde, Congo e outros 10 países africanos. Já nas Américas, 18 países estão fazendo diversas ações no Dia Internacional para Redução de Desastres.

Essas ações estimulam, mas o caminho é longo. Não há lugar completamente seguro. As crianças continuam morrendo e vivendo em risco. O furacão Felix, na América Central, em setembro; o terremoto do Peru em agosto; os incêndios da Grécia são alguns exemplos. Mais de 50 países têm lançado programas de segurança nas escolas, mas não esqueçamos que 168 países assinaram o acordo de Hyogo, em 2005, após o tsunami do oceano Índico para propiciar uma cultura de prevenção nas comunidades. E, nesse sentido, a escola é a melhor opção.

Os benefícios seriam enormes. Escolas mais fortes salvariam as vidas de jovens e crianças. A prática de exercícios de proteção constitui um seguro de vida invisível não apenas nas escolas, mas nos lares. As lições sobre terremotos, tormentas, enchentes e incêndios proporcionam conhecimentos sobre geografia, economia, ciências ambientais, física e engenharia.

O custo dessas ações não é alto, mas mesmo no caso contrário, seria nada comparado com a tragédia de uma escola e suas crianças esmagadas por um deslizamento. Ainda temos muita coisa para aprender.

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