Setor de turismo aposta em novos canais de vendas e atendimento customizado

16 de Setembro de 2010 3:43pm

A abertura de novos canais de vendas e a customização de produtos e serviços para diferentes públicos são estratégias das companhias de turismo para alavancar crescimento do segmento no Brasil. É o que apontaram Roberto Vertemati, diretor de Expansão da CVC, e Renato Pascowitch, diretor Comercial e Marketing da Avianca, de transporte aéreo, durante o comitê de Viagens e Negócios da Amcham-São Paulo, nesta terça-feira (14/09).

“Os clientes estão cada vez mais informados e temos um mercado com novas classes entrantes, que pressupõem características de compra diferenciadas. Nesse sentido, é impreterível ampliar a base de canais de distribuição para chegar ao maior número de pessoas e entregar aquilo que cada cliente quer consumir”, destacou Pascowitch.

“Além da importância de ter produtos diferenciados para atender a todos os perfis, nos preocupamos em como oferecer atendimento adequado e acessível, nos posicionando em locais certos e com profissionais preparados para descobrir os desejos de cada um”, comentou Vertemati.

Hoje, segundo o Ministério do Turismo, o setor responde por aproximadamente 2,6% do Produto Interno Bruto nacional (PIB), movimentando 39 bilhões de dólares ao ano. Desse total, 85% são receitas geradas pelo turismo doméstico. A inclusão de cerca de 20 milhões de brasileiros em uma espécie de nova classe média se soma ao potencial do segmento, cuja estimativa é de que até 2014 tenha o percentual de participação no PIB aumentado para até 4%.

Agregando consumidores

Os canais de vendas se dividem em diretos, administrados pelas próprias companhias e com crescimento mais significativo; e os indiretos, que dizem respeito a comercialização de produtos e serviços de uma empresa por outras organizações, através de parcerias, que atualmente ganham espaço, especialmente alcançando faixas de clientes não acessíveis aos primeiros.

Criada em 1972, a CVC além de atuar na internet, possui 527 lojas exclusivas distribuídas em todo o País (entre próprias ou de terceiros que trabalham somente com a marca), além de estar presente em mais oito mil outras agências multimarcas. A companhia tem apostado em instalar-se em pontos estratégicos como shopping centers, hipermercados e até pequenos centros comerciais (conhecidos como malls) localizados em postos de gasolina.

“Os concorrentes nem sempre estão no mesmo segmento, e é preciso observar as possibilidades de estar mais próximo aos clientes, oferecendo novos produtos. Para isso, queremos posicionar o turismo como produto no varejo e vendê-lo diretamente”, comentou o diretor de Expansão da CVC.

A Avianca segue no mesmo movimento, acreditando que os agentes de viagem são o maior canal de vendas da indústria do turismo. A empresa estuda melhorar a distribuição de seus produtos, e realizar parcerias junto a marcas de outros setores da economia, e investir na abertura de lojas próprias em diferentes localidades, explicou o diretor de Negócios.

Renato Pascowitch informou sobre as oportunidades para o setor aéreo brasileiro que irá crescer, em média, 4,6% ao ano até 2028 (segundo dados da International Air Transport Association - IATA), liderando o mercado na América Latina. E destacou que as empresas aéreas devem apostar no mercado emergente, correspondente às classes C e D. Mas considerou que elas ainda não estão preparadas o suficiente para receber esse público. “São milhões de novos consumidores e é preciso atendê-los com carinho, prestando todo tipo de informação e suporte necessários, descobrindo seus interesses para integrá-los ao sistema."

Gargalo da infraestrutura

Apesar de aquecido, o segmento turístico do Brasil já enfrenta alguns obstáculos ao crescimento sustentável, relacionados principalmente a problemas de infraestrutura. Agentes do setor apontam a necessidade de mais investimentos em aeroportos, portos, estradas e ferrovias, que, na maior parte, já estão saturados pelo aumento da demanda.

“O gargalo é claro, e não adianta as empresas realizarem investimentos enquanto não forem resolvidos os problemas nesse sentido. Para aumentar as ligações (trechos do transporte aéreo), por exemplo, é preciso inserir novos voos e em muitos casos não há como colocá-los por conta da falta de espaço”, alertou o diretor da Avianca.

“A falta de infraestrutura possivelmente será a grande vilã do turismo no futuro, e hoje já impacta nossas atividades. Os equipamentos (aeroportos, portos e estradas) já operam no limite, e é preciso atenção especial dos governos a esse aspecto”, concluiu Roberto Vertemati.

Fonte: Amcham Brasil

 

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