Vincent Vanderpool Wallace, ministro do Turismo e da Aviação das Bahamas

17 de Dezembro de 2010 10:30am
Vincent Vanderpool Wallace, ministro do Turismo e da Aviação das Bahamas

Composto por mais de 700 ilhas ao longo de mais de 1.000 quilômetros do sudeste da Flórida até o extremo oriental de Cuba, as Bahamas são um dos mais conhecidos destinos turísticos do Caribe. Um dos desafios de seu setor turístico é garantir a conexão entre as ilhas. Das ações para encher esses vazios e outros desenvolvimentos, falou o Sr. Vanderpool com a Caribbean News Digital.

Como tem sido afetado o setor turístico das Bahamas com a recessão mundial?

A situação econômica mundial tem afetado as Bahamas da mesma forma que outros destinos turísticos. Porém, posso dizer que em 2010 estamos crescendo em 4 ou 5% com relação a 2009, e o negócio dos cruzeiros está melhorando, com um aumento de 11%. Apesar da crise, não reduzimos as tarifas hoteleiras, o que sim têm feito outros destinos.    

A tarifa media até aumentou em mais de 10%. Nossos preços são altos, e mantemos o fluxo de viajantes de alta gama às Bahamas, que não duvidam em pagar mais. Então, acho que tivemos o menor índice de descontos no mercado turístico da região. Por isso as tarifas deste ano têm sido muito melhores do que no ano passado, em termos de turistas que chegam aos nossos hotéis, tráfego aéreo de passageiros e tráfego de passageiros de cruzeiros.

Quais são os principais mercados turísticos das Bahamas?

Os Estados Unidos é o mais importante, com 80% do fluxo turístico total, seguido pelo Canadá e pelo Reino Unido.

O que pode dizer da Ásia e da Rússia?

Por enquanto os volumes são muitos baixos. Mas já contratamos uma companhia que nos representará nos mercados emergentes da Europa e da Rússia.

A união da Ibéria, da British Airlines e da American Airlines, pode ter alguma consequência para melhorar o tráfego da Europa às Bahamas, especialmente da Espanha?

Pode, sim. As Bahamas têm mais ilhas do que o resto do Caribe, e mais praias e mais águas territoriais. A maior parte das pessoas só tem a possibilidade de ir a Nassau. O que fazemos e facilitar o acesso das pessoas a outras ilhas das Bahamas: preparamos uma campanha que permite aos clientes que chegam a Nassau, voar de graça às outras ilhas. Pensamos que isto vai significar o começo da abertura de outras ilhas do arquipélago e vai dar aos mercados turísticos uma idéia melhor do que temos para oferecer: temos 283 hotéis com licença de operação nas Bahamas, e 199 deles ficam em outras ilhas que não são Nassau ou Paradise Island. Isto é, temos muito produto para vender, e a melhor forma de vendê-lo é conseguir que a gente chegue a todas estas ilhas via aérea, e nisso trabalhamos. Acho que a união destas companhias aéreas vai nos ajudar no sentido de trazer mais turismo.

Qual é o estado dos investimentos espanhóis nas Bahamas?

 Não temos muito investimento espanhol nas Bahamas. Temos a RIU, com investimento importante. Gostaríamos de ter mais investidores desse país europeu. As Bahamas não é um destino all-inclusive, não queremos sê-lo, queremos que a gente venha e não fique nos hotéis, mas que desfrute de todas ou de várias ilhas. Estaríamos interessados no investimento em hotéis de luxo fora do sistema all-inclusive. Conseguimos que as pessoas que vêm às Bahamas tenham vontade de pagar mais por noite do que em outros destinos. De fato, um estudo nas Nações Unidas sobre o turismo espanhol nas Bahamas concluiu que este destino é o mais caro do Caribe e das Américas. E vai seguir sendo assim.

Existem projetos de investimento no futuro com participação de investidores brasileiros?

Há projetos não precisamente com investidores da Espanha, mas sim com investidores de outras nacionalidades. Por exemplo, projetos de desenvolvimento residencial para o turista que quer alugar vilas. Esse segmento é muito importante para nós. Vamos promover as Bahamas muito mais do que anteriormente, mas não só os hotéis, senão alojamento de todo tipo: queremos que venham mais turistas às Bahamas e que tenham muito mais opções de hospedagem com qualidade.         

Qual é sua opinião sobre o Caribe e os novos desenvolvimentos na CTO e na CHTA?

Em primeiro lugar, quero dar os parabéns ao novo presidente da Caribbean Hotel and Tourism Association (CHTA), que sabemos tem muito interesse em unir de novo os esforços da CTO e da CHTA, para juntar seus recursos e promover com mais força o Caribe. Trata-se de obter uma melhor cooperação do setor privado e conjugar seus recursos e fundos financeiros. Temos falado disso por muito tempo, e acho que vamos ter avances nessa direção.   
 
Quero sublinhar que tudo o que estamos fazendo nas Bahamas para conectar as ilhas, para desenvolver sistemas de reservas online, e formas e ações de promoção é uma experiência que está disponível para o Caribe, onde muitos destinos afrontam problemas semelhantes aos que estamos solucionando nas Bahamas. Já falamos disso com o presidente da CTO.

Vão participar da FITUR em Madri em 2011?

Estamos recomendando isso, sim. Pensamos que temos uma mensagem muito importante para os mercados: que a gente veja a variedade do nosso produto turístico, e que saiba que quando estiver em terra depois do voo da Europa, pode chegar a outras ilhas grátis. É uma mensagem muito tentadora.   
 

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