Wendy Justo, diretora do Escritório de Turismo da República Dominicana para os Estados Unidos e Porto Rico
Em 2009, mais de um milhão de turistas dos Estados Unidos visitaram a República Dominicana, número que as autoridades turísticas da ilha querem dobrar daqui a dois anos a partir de ofertas de luxo, golfe, cultura, gastronomia e arte, estreitando ao mesmo tempo as relações com operadoras, agências de viagens, companhias aéreas e com o consumidor norte-americano.
Gostaríamos que a senhora explicasse a influência das políticas de viagens estabelecidas pelos Estados Unidos nos últimos anos no turismo da República Dominicana.
Tudo mudou a partir dos ataques de 11 de setembro de 2001. Há sois anos os norte-americanos precisam de passaporte para viajarem. Foi uma medida que nos afetou muito no início, mas agora eles sabem que precisam desse documento e isso já não é um problema.
Como está recebendo o mercado americano a abertura de 20 campos de golfe e as ofertas de luxo na República Dominicana?
De maneira muito positiva. Há pouco participei de uma feira de golfe em Tampa, muito importante, a The Florida Largest Golf Show, que reuniu mais de 15.000 golfistas. Das pessoas que visitaram o estande da República Dominicana, 75% já tinham visitado o país ou tinham planos para esse ano. Conheciam os nossos campos de golfe, principalmente os de Casa de Campo (Teeth of the Dog e Dye Fore) e o Punta Espada, em Cap Cana.
Temos realizado campanhas de promoção do golfe e do turismo de luxo que são segmentos que geram muitas receitas. O turista agora quer recomendações sobre as ofertas de luxo em locais como Puerto Plata e Punta Cana, e não apenas sobre os all inclusive.
A decisão da República Dominicana de aumentar o padrão de seus hotéis tem provocado mudanças nos investidores. Tem notícias sobre os novos grupos hoteleiros para os estabelecimentos de cinco estrelas?
Há muitos projetos em andamento, ainda que alguns parassem deviso à crise. Entre os novos projetos temos empreendimentos de empresas como Four Seasons, Ritz, Saint Regis, Westin… São redes muito importantes que nunca imaginamos que estariam na República Dominicana e já têm a propriedade dos terrenos. A mensagem é clara: o governo facilita os negócios e há segurança quanto ao retorno dos investimentos, daí que esperemos outros nomes importantes nos próximos três anos.
Quantos escritórios há atualmente nos Estados Unidos?
Até agora temos três (Chicago, Nova York e Miami) e em abril vamos abrir o escritório de Washington.
Novas notícias do segmento de Cruzeiros?
É uma revolução o que temos nesse segmento, com grande apoio da vice-ministra Magaly Toribio. Temos três portos muito importantes: Samaná, Sans Souci e La Romana. Participamos da Sea Trade, de Miami, com um estande da maior visibilidade. Temos a infra-estrutura necessária e estamos preparados para o aumento da chegada de mais navios de cruzeiro.
Quantos norte-americanos viajam para a República Dominicana?
Em 2009 recebemos 1,8 milhão e esperamos receber 2 milhões daqui a dois anos. Esse é o objetivo dos escritórios de turismo.
De acordo com dados da CTO, são pessoas de 27 a 55 anos com renda média anual de 95.000 a 110.000 dólares, ou seja, classe média alta.
E o gasto médio?
Na República Dominicana gastam de 80 a 95 dólares diários, além do alojamento, na zona de Santo Domingo a Punta Cana. Em zonas com mais hotéis all-inclusive o gasto é de 75 dólares diários. Em geral os turistas de Punta Cana e de Puerto Plata são diferentes.
O que pode dizer do destino Puerto Plata atualmente?
Puerto Plata mudou muito. Os hoteleiros sabem que devem investir para concorrer com Punta Cana. O governo também investiu na praia que agora pode receber turistas locais e estrangeiros; as ruas estão limpas e a cidade tem uma imagem melhor. É um destino perfeito para ir dançar e festejar.
O mercado norte-americano conhece a gastronomia dominicana?
Todos os escritórios trabalham diretamente na promoção da gastronomia e organizam festivais dos quais participam chefs dominicanos. Convidamos s imprensa, as agências de viagens, as operadoras, as companhias aéreas e o público geral.
O festival desse ano será em Miami e também vai mostrar a cidade de Santo Domingo como capital cultural da América em 2010.