William Beach, diretor do hospital Punta Pacífica, do Panamá

01 de Junho de 2009 2:04pm
godking

O hospital Punta Pacífica, do Panamá, é um do 20 centros de saúde filiados ao famoso John Hopkins Hospital, dos Estados Unidos. Também é um dos cinco hospitais administrados pela instituição norte-americana no mundo, e o único na América Latina.

O que significa estar filiado ao centro médico John Hopkins?

O John Hopkins tem uma divisão internacional que trabalha com outros hospitais e às vezes com sistemas de saúde, como no caso de Trinidad e Tobago, por exemplo. Essas sinergias contribuem para a melhora global da saúde através da troca de conhecimentos sobre prevenção e outros temas de saúde no mundo todo.

A filiação ao John Hopkins significa a aceitação dos padrões de qualidade e de segurança do paciente estabelecidos por esse hospital. É um compromisso e uma obrigação muito sérios.

Por outro lado, os médicos, enfermeiras e os profissionais da saúde em geral dos hospitais filiados têm contatos nos Estados Unidos ou nos países em que se encontram com o pessoal do John Hopkins.

Onde está o hospital principal John Hopkins?

Em Baltimore, Maryland. O centro principal esteve ali por mais de 150 anos.

Por que este hospital aqui no Panamá?

Primeiramente quero dizer que este país é belíssimo e muito atrativo para os viajantes do mundo. A nossa localização é ideal ao estarmos próximos do Caribe, da América do Sul, do México e até dos Estados Unidos. São áreas nas quais há interesse em serviços de saúde de qualidade com valores razoáveis.

Quais as especialidades mais solicitadas?

Temos muitos pacientes de cirurgia ortopédica, estética e geral. As duas primeiras são as nossas maiores especialidades, mas também fazemos cirurgia cardiovascular e tratamos de pessoas com doenças avançadas.

Há pacientes latino-americanos e europeus?

Temos alguns pacientes europeus, mas a maior quantidade vem do Israel, Estados Unidos e Canadá. Recebemos também pacientes da América Latina, onde temos muito prestígio.

O hospital tem serviços de tradução para os pacientes europeus que não falam espanhol?

Principalmente para os pacientes dos Estados Unidos e Canadá que falam inglês. Quase todos os médicos falam inglês perfeitamente e temos muitas enfermeiras bilíngues, mas ao estarmos no centro da América Latina, muitos pacientes falam espanhol.

O hospital está conectado à unidade principal?

Lógico. Isso permite a discussão dos casos através de vídeo-conferências e como temos a mesma hora então é muito fácil. Além disso, como todos os serviços do hospital estão informatizados, podemos enviar dados eletrônicos ou imagens e isso facilita a discussão. Já para os pacientes e seus familiares temos serviço de wi-fi.

Quantos médicos e enfermeiras tem o hospital?

Temos cerca de 100 enfermeiras e várias centenas de médicos. De acordo com o modelo de prática privada no Panamá, a maior parte dos médicos trabalha em mais de um hospital, mas há um grupo de 50 a 60 médicos que está aqui todos os dias.

E as enfermeiras?

Elas fazem parte do nosso quadro de pessoal e trabalham o tempo todo no hospital.

Há pacotes especiais para quem procura tratamentos ortopédicos ou de cirurgia estética?

Temos sim. O nosso departamento internacional é o encarregado disso. Temos pacotes com determinados serviços dependendo das preferências e das necessidades dos pacientes. Alguns incluem a viagem e outros não.

O hospital trabalha com os hotéis mais próximos?

Exatamente. São hotéis que conhecem muito bem as características do hospital e têm serviços adaptados aos nossos pacientes.

E com o Conselho de Turismo do Panamá?

Pessoalmente falei com o ministro Rubén Blades sobre a promoção do turismo de saúde no Panamá, mas até agora não há contratos assinados nesse sentido. Este país é um destino turístico maravilhoso. Eu não sou daqui e estou aprendendo ainda sobre o destino.

Há quanto tempo o senhor está no Panamá?

Eu comecei em 1o de janeiro de 2009. É por isso que ainda não falo bem o espanhol.

Há algum plano futuro que pudesse anunciar aos nossos leitores?

Queremos que o hospital seja uma referência na região. Não queremos crescer, mas aumentar o número de especialidades. Essa é a meta.

Qual a capacidade do hospital?

Temos 75 leitos, incluindo os serviços pediátricos e natais, um bom serviço de emergência, laboratórios... O hospital oferece serviços completos.

Os serviços de seguro médico existentes no Panamá são válidos no hospital?

São sim, e estamos trabalhando para a implementação dos planos internacionais de seguro saúde. Eu trabalhei em Istambul, na Turquia, e conseguimos a creditação internacional do hospital, e é isso que queremos conseguir também aqui.

O que é necessário para isso?

Temos programas de qualidade e de segurança dos pacientes muito bem estabelecidos. Temos controles de qualidade e muito trabalho para fazer.

Os padrões de qualidade são os mesmos dos demais hospitais do mundo?

São os mesmos dos demais hospitais da América ou da Europa. Para o John Hopkins o que é importante são os padrões de qualidade, não o país, e para garantir isso podem passar uma semana inspecionando o hospital. O sucesso na Turquia fez com que eles me pedissem que viesse trabalhar aqui com o mesmo objetivo. Assim, também é possível trabalhar com muitas companhias de seguro saúde.

Há outros hospitais filiados ao John Hopkins na América Latina?

Há um hospital filiado em Santiago, no Chile. O John Hopkins é muito seletivo nas filiações. No mundo há 20 hospitais filiados e 5 em administração, como este.

Então este hospital é muito especial...

Este hospital é muito especial. Por isso estou aqui o tempo todo. O nosso CEO é um membro do Hopkins que veio morar aqui, de maneira que é uma verdadeira associação.

É uma associação de propriedade?

Não. O hospital é administrado por dois executivos do John Hopkins. Além dos padrões de qualidade que é preciso manter, nos hospitais administrados há mais um passo que é a coadministração com o Hopkins.

Vocês estão promovendo os serviços do hospital na América?

Participamos de algumas das feiras turísticas mais importantes. Recentemente participamos da feira de Monterrey, no México, e acho que no próximo ano vamos sediar a maior conferência da América Latina. De fato há um número de jornais com os quais queremos fechar acordos de promoção. Isso é novo para a associação, mas queremos divulgar os nossos serviços.

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