Wolfgang Schröder, diretor geral da Área Comercial da Iberostar Hoteles

13 de Julho de 2007 6:18am
godking

A rede Iberostar cresce no Caribe e nas Américas com uma filosofia clara: "Produtos mais completos têm mais chances no mercado e mais oportunidades de venda desde que a relação preço-qualidade seja razoável".

No Caribe, a Iberostar está quebrando os esquemas tradicionais de comercialização das empresas norte-americanas. Como é que estão penetrando no mercado norte-americano e quais as perspectivas em destinos como a Jamaica, por exemplo?

Os produtos Iberostar têm um bom posicionamento nos Estados Unidos e Canadá e, a partir de Cuba, estão também no Caribe com altos padrões de qualidade. Os mercados e os consumidores agradecem a preocupação constante da equipe Iberostar pela qualidade. Assim, temos desenvolvido novos produtos confiantes na aceitação que vão ter no continente americano. Não estou falando apenas dos Estados Unidos, mas também do Canadá e da América do Sul.

E as perspectivas de comercialização na Jamaica?

A Jamaica é uma experiência nova, mas afinal os atores são os mesmos. Vamos estabelecer os mesmos parâmetros de Cancun, não exatamente os da República Dominicana porque é um país com muito turismo europeu, o que não acontece em Cancun nem na Jamaica.

A Jamaica é uma aposta forte no mercado norte-americano - os Estados Unidos e Canadá - que em números quer dizer 60-70% para os Estados Unidos; de 10 a 15% para o Canadá e 15% para a Europa.

Vão estabelecer diferença de preços para os mercados europeu e norte-americano?

A entrada na Jamaica de redes hoteleiras como a RIU - mostrando que o mercado europeu pode ter um peso importante - vai facilitar a de outros grupos como o Iberostar, Bahía Príncipe, Fiesta ou Paladium.

Naturalmente. Isso tem um preço, e devemos tomar a frase ao pé da letra. Na Europa é difícil pensar que o europeu que visite a Jamaica vai encontrar os mesmos preços que têm os Estados Unidos. Mas de qualquer maneira isso vai estar ligado às necessidades comerciais do hotel e aos seus custos.

Quantos hotéis vão abrir na Jamaica?

Temos mais dois hotéis em construção que vamos abrir em 2008, ou seja, 1.000 apartamentos. Isso requer um esforço comercial importante, mas a partir da entrada das empresas que mencionei, o mercado europeu vai ter um dinamismo na Jamaica. Essas companhias têm um bom posicionamento também nos Estados Unidos, e isso vai incidir na quantidade de turistas norte-americanos que vamos receber.

Não podemos predizer o futuro, mas estamos confiantes. Caso contrário nós não estaríamos ali.

Poderia mencionar três vantagens para que um turista norte-americano escolha um hotel Iberostar no Caribe de língua inglesa?

Acho que a principal é a relação qualidade-preço que é a melhor neste momento.

A Iberostar está em Cuba há bastante tempo. Visto que a Iberworld não está voando para Cuba atualmente, isso pode prejudicar o mercado espanhol?

Houve uma redução do turismo espanhol no último semestre, mas confio na aposta da Iberojet em Cuba nos próximos meses, no próprio ano de 2007. Já as vendas da Iberojet estão se consolidando novamente. Acho que a falta da Iberoworld não vai nos prejudicar muito.

Sei que vão remodelar hotéis em Cuba. Quantos apartamentos vão fechar?

Não vamos fechar os hotéis durante um ano. Apenas temporalmente o Taínos e o Daiquirí, mas o Iberostar Varadero e o Iberostar Alameda vão compensar a falta temporal dessas capacidades.

Quantos apartamentos têm na República Dominicana?

Em Punta Cana e Bávaro temos 1.525; em La Romana 500 e mais 500 em Puerto Plata, totalizando 2.500 aproximadamente.

Acha que o desenvolvimento de Bahía Príncipe pode aumentar a chegada de turistas europeus ou afetar as redes hoteleiras que não crescem da mesma maneira?

Por um lado o destino cresceu muito e por outro a demanda caiu, o que pode ter acontecido por diferentes razões que é preciso avaliar. Nem sempre é possível estimar a quantidade de clientes num determinado mercado.

Por exemplo, há 27 anos tivemos uma crise nas Ilhas Canárias porque a capacidade era maior do que a demanda. O diretor de contratação da TUI achava que os mercados não podiam absorver mais hotéis nas Canárias. Porém, não tínhamos nem a décima parte dos que temos hoje. Agora temos uma nova crise nas ali e acho que chegamos ao limite, mas nesses 27 anos tivemos boas etapas.

Acha que os campos de golfe em construção na República Dominicana podem atrair o turismo norte-americano?

Os campos de golfe são complementos dos complexos hoteleiros, mas é preciso não saturar o país com campos de golfe e levar em consideração que a clientela de golfe não é assim tão grande. É verdade que o golfe deixou de ser um esporte de elites nos Estados Unidos, mas mesmo assim não acredito que seja uma razão para que eles viajem em massa. O golfe não gera 20, 30 ou 40% dos clientes de um hotel.

Nós estamos construindo um hotel em Bávaro com um campo de golfe. Isso ajuda. E na medida em que houver mais ofertas e atrações, haverá mais chances no mercado. Contudo, o golfe não salva um destino, ainda que possa contribuir para sua rentabilidade.

O Gran Paraíso Iberostar, em Riviera Maya, é um hotel diferente, bem ao estilo de lazer norte-americano e o Spa é muito bom. A incorporação do Spa em vez do campo de golfe poderia ser uma nova filosofia da Iberostar?

Insisto no que falei anteriormente. Produtos mais completos têm mais chances no mercado, mais oortuidades de venda desde que a relação preço-qualidade seja razoável. Isso quer dizer que os campos de golfe e os Spas vão estar nos produtos Iberostar no futuro porque procuramos criar produtos de alto padrão, principalmente em alguns destinos.

Não acha que a visão da Espanha e nomeadamente das Ilhas Baleares e das Canárias a respeito do mercado norte-americano é escassa, que há segmentos como as luas-de-mel que não têm sido trabalhados suficientemente?

Quanto ao turismo de lazer acho que é pouco provável que atinjamos números expressivos. Um vôo da Filadélfia ou Chicago para Madri são oito horas e mais nove ou dez para o regresso. O norte-americano tem destinos de sol e praia a uma ou duas horas de viagem e com melhores preços, de modo que não confio muito no turismo norte-americano para os nossos destinos de sol e praia.

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